Os Lusíadas
CamõesCanto oito
Paulo da Gama mitifica a história já narrada pelo irmão , vai explicar ao Catual interessado as figuras de barões exemplares pintadas nas bandeiras; os fabulosos luso, que deu onome ao "Reino Lusitânia" e Ulisses, o fundador de Lisboa; Viriatro, " destro na lança mais que no cajado" e Sertório; o Conde D. Henrique, a quem chama santo; o "primeiro Afonso" e seu Aio Egas Moniz com a sua lealdade depois de o tornar"vencedor dos vencidos"; D Fuas Roupinho, herói de Porto Mós, o milagroso cavaleiro Henrique; Mem Moniz, herói da tomada de Santarém, e outros mais, entre eles novamente D Nuno Álvares Pereira (" ditosa pátria que tal filho teve"), d Pedro e o infante D Henrique, o" descobridor dos mares".
Terminada essa parte na estrutura do poema, Catual e seus companheiros abandonam a nau. Entretanto os sacrifícios aos deuses, que o Samorim mandara fazer,vaticinam que "a nova gente " iria impor "eterno cativeiro" a Índia. Também Baco agora pela última vez aparece em sonhos a um sacerdote mamoetano e em forma de " profeta falso " inspira-lhe ó de morte contra os portugueses. Apenas acordou, reuniu " os principais da torpe seita" e diz- lhes que aqueles são gentes inquietas vivem" de piráticas rapinas / sem Rei ,sem leis humanas ou divinas". O Gama avista-se com o Samorim e tenta desfazer esses boatos, o que conseguiu com a permissão de regresso a naus. o Catual porém, um dos que estavam corruptos pela Mamoetana gente , recusa embarcação que o transporte e prende-o, pois revolvia na mente "astuto engano, diabólico e estupendo". Só conseguiu após ter mandado vir dos navios a fazenda, com que comprou a sua liberdade.
Camões termina o canto fazendo considerações sobre o vil poder do ouro.